Na manhã desta sexta-feira, 22, teve continuidade o percurso formativo“Educar Direitos Humanos”, uma iniciativa que oferececapacitação interdisciplinar e multiprofissional para trabalhadores da Fundação Papa João XXIII (Funpapa)e demais órgãos da rede socioassistencial, com atuação direta no atendimento à população em situação de vulnerabilidade social em Belém. O encontro foi realizado no auditório da Secretaria Municipal de Governo (Segov), no bairro do Marco, e reuniu 50 participantes previamente inscritos.
Além da Funpapa, participaram servidores de diversassecretarias e instituições que compõem a rede de proteção social do município, como o Centro de Referência Municipal da Mulher (Cemu), a Coordenadoria da Mulher e da Diversidade (Cemad), o Centro de Referência em Direitos Humanos (Cemec) e a Defesa Civil.
A formação também é parte dospreparativos da Prefeitura de Belém para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025(COP 30), que será realizada em novembro na capital, reforçando o compromisso com políticas públicas baseadas nos direitos humanos e na sustentabilidade social.
O módulo desta edição teve como tema“Atendimento Humanizado à População em Situação de Rua”,ministrado pela psicóloga Lorena Schalken, mestre e doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
“Quando falamos em atendimento humanizado, falamos em olhar a pessoa em sua totalidade. A população em situação de rua carrega diversas histórias de violações, e onosso papel enquanto trabalhadores da assistência social é garantir acolhimento com respeito, empatia e escuta qualificada”, destacou Lorena.
Promovido pela Secretaria Executiva de Direitos Humanos (SEDH) e pela Funpapa, por meio do setor de Gestão do Trabalho e Educação Permanente (GTEP), o percurso formativo teve início em junho e segue até outubro de 2025. São cinco encontros mensais, com emissão de certificado de 30 horas para os participantes que alcançarem no mínimo 75% de frequência.
A secretária adjunta de Direitos Humanos do Estado do Pará, Bárbara Lobato, ressaltou a relevância da iniciativa para o aprimoramento das políticas públicas: “Essa formação é essencial paraqualificar o atendimento dos servidores e servidoras que estão na ponta, lidando diretamente com as violações de direitos. Promover um olhar mais sensível e humanizado fortalece a rede de proteção e contribui para que os serviços prestados estejam alinhados aos princípios dos direitos humanos.”
O percurso é voltado para trabalhadores da rede socioassistencial do município, buscando qualificar ainda mais os atendimentos nos equipamentos da assistência social, como os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e de Convivência, os Serviços de Acolhimento e Família Acolhedora e o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP).
A iniciativa atende a demandas identificadas tanto pelos servidores quanto por órgãos do Sistema de Garantia de Direitos e está alinhada à Política Nacional de Educação Permanente no Sistema Único de Assistência Social (Suas).
A coordenadora operacional da Defesa Civil de Belém, Michele Teixeira, também participou do encontro e reforçou a importância da intersetorialidade: “Participar de uma formação como essa amplia nosso olhar para além do papel institucional. Trabalhar com a população em situação de rua é um desafio constante e exige articulação entre diferentes setores.Essa troca de experiências fortalece a rede e beneficia diretamente quem mais precisa”.
Representando a sociedade civil, o encontro contou com a presença de Alexandre Serão, da Organização Social Preventório Santa Terezinha, parceira da Prefeitura no acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco.
“Esse encontro tem uma importância muito grande. Nós, como organização da sociedade civil que trabalhamos com a comunidade, precisamos entender como lidar com essa população, como acolher e socializar informações com outras instituições. A população de rua é uma realidade crescente no nosso município, e precisamos pensar juntos como oferecer apoio com os poucos equipamentos públicos que temos para esse público”, disse Alexandre.
Os próximos módulos do percurso abordarão “Direitos da comunidade LGBTQIA+”, em 19 de setembro,e“Políticas antirracistas e de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, em 24 de outubro.
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